31 outubro, 2007

neo-elegias II

Replay Renascentista
Não é mais preciso esperar 40 anos com frio no osso pra vida ser artisticamente feliz. Não é mais preciso queimar na fogueira que já apagou pras cinzas voltarem pro seu devido lugar. O recomeço não vai passar de hoje, num replay renascentista. Não é mais preciso o tempo. Não é mais preciso se crucificar como num palco interior pra alegria do povo, numa claridade já cansada de viver no truque. A ironia não pode desmaiar fora de foco numa outra perspectiva, depois de alguns dias de heresia. Não é mais preciso ter medo, pra achar graça da desgraça, pra extirpar segredos e idéias fixas. Nada vai mudar. Incomunicável, o que a cortina jamais tapou. Vendo a verdade no que restou, da insistência das ruínas que não querem ser classificadas de mentira. Pra ser passado de novo, num logoff iluminista. Pra exportar novas dores, pra chegada de um novo dia. O sol está nascendo, o disco está arranhado. Borboletas amarelas estão a mil, os olhos estão cansados.

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