10/03/2024

γάμησέ τα

Καταλήξατε εδώ γιατί είδατε τη διεύθυνση αυτού του ιστολογίου γραμμένη μέσα σε ένα βιβλίο σε μια ελληνική βιβλιοθήκη φυλακών.  Λοιπόν: ο κύκλος αυτού του ιστολογίου τελείωσε.  Δεν έχω γράψει εδώ από τότε που με συνέλαβαν.  Αυτά είναι κείμενα από το 2007 έως το 2019.

Απολαύστε.

Θα επανέλθω σύντομα με νέα.

03/03/2024

onde eu assino?

02/03/2024

aula de poesia

Abrir os pulsos, cortar as veias, glub glub, não funciona fácil, a poesia demora, é assim mesmo, classe, alguma pergunta? Estão ouvindo? Estão ouvindo o passarinho recolher-se ao ninho? Virem a cabeça para o colega ao lado, desçam os olhos até seus punhos e verifiquem se há cicatrizes... Vamos ouvir o coração, glub glub, tudo em ordem? Ok... é assim mesmo, devemos conhecer o outro, seu rosto, vão passando o auscultador adiante... Garçom! Por favor, uma mãozinha amiga pra Ana Cristina Cesar, onde parou o termômetro? (Arroto) Ah, sim, Haroldo, sempre com essa mania de ficar escondido aí no fundo, cuidado pra parede não te comer, fio. O poeta decide seu destino, se analisa, se pesquisa; se sintam no paraíso, nos ombros do lirismo, podem relaxar agora, o melhor da festa é a espera, reflitao, okeys? A aula destina-se às gerações, tesão no peito, é preciso certa classificação, alguém tem alguma sugestã, crítica, contribuissaum?
Anos 60: ternura. Anos 70: desbunde. Anos 80: individualismo. Anos 90: referências. Estamos em época de transição (a professora faz um sinal sexual entre as pernas, com se cavalgasse, se esfregasse na época dita cuja), ainda não nascemos, tudo que não entra claro na nossa mente fica catalogado até que tenhamos mecanismos de decifração necessários para desmistificar interpretações du mau num piscar de olhos: suspiros, vejam esse vídeo da Elis Regina, eu tenho mais de 20 anos, de blues... meditën okeys? É um lance muito sensitivo mesmo. Olhem pra trás! Ai que susto! Parecia uma assombração, desmediunize-se Blavatsky... Garçom! Por favor, um pouco mais de uísque... Glub glub ai ai ai, ai ai... Como anda o altruísmo? Vim aqui para aprender sofridão humana, vocês são meu único material de pesquisa, vim aqui esclarecer a dúvida mais escabrosa, vim de muito longe, vim das nuvens, vim do caralho à quatro! Respirem... Uma poda num espinho óbvio, ponham essa rosa no peito, ouçam a lira, deixem penetrar em seus batimentos cardíacos, ai ai ai, ai ai. Um toque final no quadro antigo, arrepio na pele, inspirem, inspirem... Olha gente eu nunca morri, escrevo pra mim, escrevo pra me sentir bem, podem devanear agora, a diretriz desse curso não é incentivar maus esclarecimentos, glub glub (arroto).

Ninguém liga, meio grama de alegria, não é o telefone, é a obra se espatifando, (luzinha vermelha) garçom! Torne Ovídio infinito, mais esparadrapo, por favor, vamos ser infinitos, ai, tira essa mão da minha coxa, Regininha Polteirgeist! Não tá na hora, fia, a poesia erótica suscita as transparências da porta do banheiro... mais tarde, quem sabe?... Menina arretada, tente não sentir seu peito dolorido (olhos se encontram), luz diáfana nos seduz, que sala mais sombria né classe? Vamos voltar ao tempo glub glub, resgatá-lo, abraçá-lo, estuprá-lo carinhosamente, (luzinha vermelha) alarma, Jack Kerouac para a enfermaria também? Vocês estão muy fraquinhos, hein? Garçom! Por favor... vocês receberão giletes numeradas da bandeja, cada uma tem o corte perfeito para seus tipos de pele. Circulem, circulem, circulação okeysss? Oh! Nossa adolescência corrompida pelo primeiro amor, atenção, atenção... Cada um faça sua lição, sua receita, magia, cósmica, metamorfose, estrela fascinante! Elis Regina: Upa Neguinho. Aspirem, ai ai ai, ai ai sintam a biografia espalhar-se por suas veias macias, em suas bucetas, suas necas, suas bílis divinas, sejam artistas, preparem-se para o beijo da arte! Oh vida! Oh céus... Abrir as gavetas, cortar os punhos, garçom! Soro pró-onírico e mais algodão e gazes e torniquetes por favor. Não destilem tantas paixões a ponto de desvalorizar exageros à parte. O caminho da torre da sabedoria é o mesmo, vem cá William Blake, dá um abraço, bem-vindo, fio, garçom! As ervas sagradas... Isso, bom menino, como foi de viagem? Vejam meus dentes vampirescos, meus dedos pontiagudos. Não importa quem somos, glub glub ai ai ai, nem de onde viemos (arroto) HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA (av. Paulista inteira ouve a gargalhada) contra esse poder professor-aluno não há mau agouro, é tudo lindo, suspiros, beijos caídos, apalpem-se, bolinem-se. Não importa de onde viemos, nem pra onde vamos, aproveitem esse axé, tudo bem, tudo bem.

Não é preciso tirar a roupa, a poesia é uma coisa que evola, um sopro descabido e a coisa desanda, pronto? Sintam o lado “de dentro”, metáforas, gírias, aliterações, sonetos, metonímias, bacanais, aprendam a ler a vida, a si mesmos, a regência, sofistiquem suas vistas, seus abrolhos, seus rouxinóis, suas periquitas glub glub ai ai ai, ai ai... No fundo no fundo procuramos atenção, carinho, compreensão, a Grécia antiga, aquele ar, aquele clima, ai que catinga braba é essa? Glauco pára de lamber o pé do Drummond, é tudo muito profícuo, difuso, noturno, mas tenham o bom senso das exalações, olhem só, a poesia se faz sentir despercebida, escrevam, escrevam, escrevam, estejam, sejam, fazer hemorragia necessária, tirar o excesso, ao contrário dos luminosos, usando sempre a mesma água. Que o último profeta seja estrangulado nas tripas do último rei!
(Luzinha vermelha) garçom! Toalha preta, lenço de prata, podem se despir, fiquem à vontade, não hesitem, vistam esses apetrechos, é o ritual, vamos lá, dentro de suas cabeças há um verme, e esse verme tem mil patas, armem a rosa em seus pescoços com o arame na altura do gogó, mão no coração ai ai ai, ai ai posso sentir a aflição. Dêem-se as mãos, fechem os olhos, vamos ressucitar, vamos fazer essa entidade levitar, se defumem nas ervas sagradas (blecaute).

Mantenham os olhos fechados! Todos em coro: somos poetas (SOMOS POETAS). Somos todos poetas, não deixem essa vibe escapar, projetem suas mentes para o século XIX, inspirem, esse vapor... esse zeitgeist... esse clima... pra sempre... o amor entre nós... o tempo... as horas...
...Ah... ah... glub glub nosso recipiente está moldado, sejamos vasos voluntariosos, somos a cultura, somos a corrente, inmajinëm que já é noite, estamos em uma mansão fracamente iluminada, mais precisamente perto da janela da biblioteca. Lá fora reina a subjetividade, a emoção, a lua está cheia. Oh lua põe um bioco! Belzebu, minha alma te pertence! Estrelas meretrizes oferecem sutil rebolado de suas cintilâncias com o incentivo do governo de Elis, que parece nos hipnotizar. Casais se encontram furtivamente em jardins soturnos, notem que vestem-se de preto - mesma cor da rosa em seus peitos. Vamos respirar o frescor da noite... Voltemos atenção ao livro sobre o qual nossa cabeça deixou de dormitar, podem abri-lo - é o livro de nossas vidas.