17/02/2009

explicassaum II

Casa das Rosas + adolescentes conhecendo teatro: risadinhas gratuitas atrapalhando leitura dos poemas, poemas de Maria Alice, minha soulmate - que analisa poemas meus também. Bom, não havia, na varanda da casa, lugar sem barulho. Tivemos que nos acomodar no sofá de couro marrom, tentando máxima concentração. Quais poemas mostrar pro Federico Minuano? Um "F.M." à lápis deveria ser escrito na folha dos escolhidos.
Mais tarde, veredicto: ela deveria ser mais inusitadas, ao passo que eu tinha bom humor e inovação geométrica, muito embora fosse propenso a "exercícios de criatividade, sem tensão...".
Um passarinho disse que, no mundo da poesia, você tem que chegar "por cima", não adianta lançar-se pedindo avaliação alheia em aulas, por exemplo. Você pode ter o mínimo de tensão desde que, incluído no elitista (onde predomina, infelizmente, mais status e currículo do que poesia propriamente dita), esteja tão presumido quanto tia Gertrude e seu "gênio", do you get me?.
Se você é poeta iniciante e está lendo isso, não desanime, há antologias, sites bacanas (como o Maria Joaquina, A Cigarra), eu já publiquei em alguns, tem a revista Não Funciona e jornal O-Casulo - muy da hora ambos too; há boas editoras que publicam sem cobrar; outras, como Cosac Naify y editora 34 até fazem distribuição abrangente, pero você tem de estar disposto a bancar pelas edições...
Sugeri o pseudônimo de Alice Sibila à Maria mas somos nego-véios na teoria poética e ela decidiu continuar usando muchos ésses, mas sem adotar apodo. (Ora essa: não tem a Índigo, Bruna Surfistinha, Andréa del Fuego, Rita Medusa, Marcelo Nietzsche?). Só sei que eu + ela já lemos tantos poetas e tantos teóricos que poderíamos lecionar em alguma escola pública do Capão Redondo no curso "poesia na perifa" (em breve...).
Estava falando pra ela que o que acho que falta-me é a "poesia em vida", mas isso existe?. Qual poeta vai ter coragem de dizer que vive isso? Será que tal façanha é possível?.
Olha, cara, amo meus poemas e, pra ser sincero, tanto o fato d´eu ter pressão baixa como meu controle de influências ainda não disseram que falta de tensão não é proposta. De maneira óbvia (abomino), pode haver tragi-comédia, ecletismo - caminho que o eu-lírico escolhe, assim como o eu-científico.
Amadorismo é termômetro, e não pretendo abdicar dele, quero transformá-lo em algo melhor, isso sim. Ao contrário de outros poetas, mostro poemas pra todo mundo (desde 2007), tô nem aí, escolhi publicar os escritos até o outono de 2008, pois fermentaram suficientemente. A world premiere já foi feita: clica na última nuvem do blog.
Acontece que percebo que tenho estilo próprio bem definido e percurso estético que desenvolve-se em poemas mais recentes; não vou fazer outra coisa a não ser trabalhar mais e mais as referências. Pô, eu tô dando a cara a bater, se coloque no meu lugar, você poeta: você sabe que é sua vida, seu coração que está pulsando ali. Até gosto que me critiquem - outro termômetro. Mas agora, infelizmente, vou ter que procurar a turma dos poetas "de direita" - não confunda tal definição apenas com aspectos políticos, ninguém disse que tais sujeitos não podem militar no PSTU y Federação Anarquista: o que os diferencia dos poetas "de esquerda" é que esses últimos creem mais no contexto histórico, à procura do reflexo de determinada época, 100pri almejando inclusão na leitura obrigatória dos vestibulares de 2055.
Já tentei ser ator, cantor... Agora só me resta esse maldito blog. Realmente amo poesia, mesmo. Pra ser franco, sobretudo, sempre amei escrever, mais do que ler. Ainda creönsa já tinha pilhas de cadernos com minhas diabruras, amava quando tinha redação no colégio e meu primeiro poema foi estimulado por um professor, meu xará. Gostava de fazer diários mais ou menos fictícios, minha mãe me estimulou também (ela lia escondida depois...). Adorava e ainda adoro cartas, talvez seja o meio de comunicação no qual mais me exponha. Eu realmente, positivamente, "formato-homem-mentemente" acredito que tenho alma de escritor, cuja essência é poesia.
Uma vez eu fui no batuque, em Cidreira, e pai Pantera disse que um dia eu iria curar com as mãos, veja bem...
Well, na Casa das Rosas acabei me irritando com a molecada (sou misantropo bipolar, daqueles que pragueja sozinho pelas ruas, capiste?).
Ao invés de as pessoas se fragarem que sou louco, não, parece que no fundo querem agressões, física e/ou verbalmente.
Vai dizer, quando a gente sabe que uma pessoa é louca.
logo tomamos cuidado, não é mesmo?.
Entonces, se você, poeta ou não, me ver na rua algum dia, NÃO FALE ALTO, ainda mais palavrões. Se quiser me conhecer, dirija-se formalmente e o principal: diretamente a mim. Nada de indiretas e vulgares tentativas de aproximação; tenho ouvidos delicados. Se você não me respeitar eu farei o mesmo ou pior e você, ah... você, NUNCA VAI ME CONHECER e/ou vai se ferrar (na tentativa vai acabar conhecendo a ti mesmo...). Ah, já ia me esquecendo, nem pense em mímicas subjetivas, principalmente mímicas de sotaque, não há nada que irrite mais um louco, principalmente louco migrante... Será que agora fui BEM claro?!.
Well², o que realmente queria dizer desde o começo é que, nesse vai e vem de histerias teen, percebi que o Diniz Gonçalves Júnior estava bem do meu lado quando eu tava lendo os poemas da Maria Alice; sabe aquelas pessoas que chegam chegando, sem fazer barulho? Quando tu percebe elas já tão na maior intimidade "por baixo" da sua respiração, eu mesmo já me peguei em tal situação, mas muitos não sabem por qual motivo você tosse, depois. Bom, não é BEM o caso do Diniz, pois a gente nem se conhece direito e ele foi mais sutil, embora eu tenha ficado nervoso do mesmo jeito. Fui embora e não vi a peça de teatro, por semirrespeito não cuspi na cara de um sujeito imbuído dessas tarefas a la egípcia (pseudotagarela, daqueles que acham que você é surdo e/ou não entende sussurros).
Imagine o seguinte: eu vou dizer que sou um cara super-humilde e, enquanto estiver afirmando isso, estarei te empurrando e/ou embebido de ar ameaçador. Se você acreditar e/ou se deixar levar por mim, sinto muito, mas você é MUITO BURRO!!! Nossa senhora, me desculpe, mas vou ter que dizer isso, é tanta gente BUUUUUUURRRRAAAAAAAA!!!.
com a qual tenho que conviver no meu dia-a-dia que acabei ficando meio ignorante também, é tanta falta de tato, superficialidade pra deixar qualquer um doido de vez! Desde cedo aprendi que não se deve julgar ninguém pela aparência, origem, religião etc. Morro de ódio ao ver atos de preconceito, mesquinharia: então eu morro todo dia!!!.
Não posso falar obrigado pois sei que já vão se aproveitar de mim; não posso dizer "com licença" quando uma pessoa, no fundo, espera ser atropelada. São coisas assim que me deixam louco, a "cegueira branca", pessoas que "não olham onde pisam", descaso e deboche inoportunos, são coisas que sugaram meu humor, boa vontade. Tenho vergonha de falar com a voz do coração, tenho que agir como se estivesse em um ringue non-stop e é assim e tá acabado, mano.
Bom², estou adorando o livro do Diniz, às vezes alugamos um céu que não gosta da gente, fazer o quê?
Comecei a ler o livro em Santos, eu acho, e embarquei na proposta. Ele é um cara de poemas breves, imagéticos, urbanos. "Limite" é um dos mais bonitos, provoca sensações líricas e tocantes - no que diz respeito a certo caminho de transcendência afogada. eis ele:
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Limite

Na parede do cais
óleo ferruginoso
dos navios ancorados

em meio às aléias da fala
babel de veredas distantes
limites de cordas e margens



A segunda estrofe se faz entendida até o segundo verso, o limite; o último trata-se de algo que eu ainda não descobri (nem pretendo...). Estou me identificando pra valer com os poemas desse cara, como nunca antes, nem com tia Cecília. "Mímico" é legal também, "Santos", "Aquário Municipal", "00: 01 - 2003". É como se ele decalcasse sensações num álbum - no qual, além da foto, sentimos cheiro, tato e recordação infantil dum precioso paralelo feito com a figura do poeta e sua vida, no decorrer de leitura "vertical".
Esse livro, "Decalques", me faz pensar numa atual preocupação minha: "o depois" do fazer poético. Como manter o pico, ar de novidade? É difícil e às vezes pouco aceitável ver um poeta se renovar pra não "trabalhar sempre com a mesma água"...
As pessoas, por exemplo, acham que minha vida é uma aventura emocionante, porque dizem que escrevo coisas "engraçadas". Confesso que não vejo graça nenhuma nas minhas palavras. Se um dia conseguir compor poema intitulado "ar da graça", aí sim: apartir disso cobrem para que eu escreva coisas "mais engraçadas"; talvez o mau-humor pareça engraçado só porque DESCREVE coisas cômicas. Estar a gostar de coisas relatadas é outro papo, bródi.
Só há pouco tempo descobri que Helberto Helder - aquele cara que escreveu versos maravilhosos, yeah, yeah - é misantropo! isso é oficial! Não é querer me equiparar como gênio, mas já imaginou Ana C. ao vivo? Pablo Neruda? Orides Fontela? Já imaginou conviver dia-a-dia com Baudelaire?.
Um passarinho disse que é sempre bom desconfiar des sujeitos que criam coisas mto alegre$, que parecem
muito do ☠ bem , compreendes?...
Não possuindo um.
"passado negro ideal" (como o meu, que está demorando demais pra acabar!), pode crê, mano, desconfie. No fundo os poetas são todos uns diabos e diabas. Eu adoro poetas.
Por mais "nada a ver" que seja o que jo escreva, gosto de ter consciência do que estou (des)construindo, palavra por palavra, frase por frase - sou poeta "da fala", ora bolas...
Acredito que hoje em dia é legal fazer a leitura do poeta e não da poesia - o "através", de fato.
Tem outro poeta que acho parecido com Diniz, que é o André Fernandes, no que diz respeito à concisão e ao "urbano"..
Emprestei esse livro pra Dolores, mas catei trecho dum poema on-line, que gosto:
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"eis
a mulher no retrato
desdobrada em outras
de seios nus


(que nudez é essa?
do que se está falando senão de corpos?)


apesar do esforço do fotógrafo
apesar de
escorrer o rímel que
dá forma à mulher


(sem nudez...
...)"



Alguns dos poemas de "Deriva" comecei a ler numa sorveteria de Santos (²)... - ... ciudad onde comprei o livro. Sua relação com "o outro" é de transferência too, com cuidado e delicadeza, pra não soar como maldade. Já discuti com um poeta sobre a cara colocação dos pronomes "eu" e "você", tanto à política quanto à poesia.
Só sei que o André Fernandes era meu amigo no Orkut mas me deletou. Não adianta, ninguém aguenta meu vaguismo por muito tempo. Encontrar pessoas loucas não é mais fácil como antigamente. Agora todo mundo tem Orkut...
Conheci uma menina legal, Dulce Virgulina, "de cara" falei pra ela: sou satanista, drogado, morador de rua, comunista, essas coisas... A mina marcou cinema comigo no dia seguinte!
Todavia achamos de melhor preferência beber um mate low profile e o bate-papo se estendeu pela av. Paulista. Rindo tão a la Cecília Meireles ela me fez crer que era uma das reencarnações da poeta (tipo assim, só pra exemplificar: não tem a Pomba Gira? E quantas casas de umbanda e candomblé, ao mesmo tempo, a recebem?... Já parou pra pensar?...). Assim como a querida entidade da luxúria encachaçada (me lembro até hj das gargalhadas...) a tia "nem alegre nem triste" deve se repartir em mil também,
,
,
ué...









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11/02/2009

explicassaum

O atual eu lírico (disperso) narra experiências ao delimitar julgamentos: no nível de limpas analogias, amigas, crítica e resenha confundem-se para a performance: lá vai: material de estudo, abdicação, falta de recursos. Seja energético, aplicacional. Inesperados setores (como o da inspiração versus imaginação) estão diluindo raízes sintácticas fora do âmbito ecológico - devido à recusa da reciclagem radical. O perigo é que a formulação de tal renovação também precisa ser constantemente adaptada. Para seguir o ritmo das novidades humanas o quesito-estilo pressupõe processus cada vez mais ousado, jovem y dinâmico...
A desistência de tal façanha acarreta de forma decisiva em "zoocaso" - 3° livro da poesia conjunta do coletivo abacaxixiita. Ao contrário da arriscada verborragia do mano MaicknucleaR:


"Tão menos dolorosa
(MaicknucleaR)
…a filarmônica herege dos ídolos socados no rabo retumbou ecoando entre as paredes daquele pedaço particular de inferno…
Cena 1
Corta-picas filosófica (O arregaço) Vodka e xeque-mate. Volúpia drink’s & Vale da luxúria. Festinha em que satã vai à forra tende a acabar em merda!.
Cena 2
Templário das serenas ninfas (panteão do absurdo)
Mais uma vez ela
acordou só de"


Com seu doce valium starlight - seguindo a linha free style, alguns critérios são subjetivamente adotados no desfile de sentimentos 2009-2010, embora adversidades insistam em dizer a máfia será visto pelo maior número de closes (doçura terrível):


"Blue room
Autor: MaicknucleaR
Segurei-a pela mão e arrastei-a para fora daquele lugar onde nossas mentes tinham idéias turvas mescladas alucinogenamente às luzes de néon daquela grande avenida por onde carros, ônibus, motos e bicicletas corriam rápidos, para chegarem em um destino qualquer e encontrar enfim, a redenção encaçapando seus lindos rostinhos em murros com anúncios de..."


Assediada pela imprensa, Dolores Duchamp dá recado final aos curiosos:
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__ Escolhemos a sorveteria para alegorizar modorra do poder, como o do 4°. O papel transformador dos meios de comunicação apenas "sova" burra filantropia - ainda presa às tendências retrô-global-warming. Diversidades religiosas corroboram no abstrakt hip-hop mais frio, já a quebra ambiental confere incendiária cristalidade ao centro de pesquisa do amadorismo sincrônico (biodiálise) contido no script (roteiro).
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Sombras se dão por satisfeitas.
Pensar no próprio pensamento estético apura um senso fichinha - de se sentir. Logo que tenho uma sensação bouwa, estranho, procuro o céu e/ou chão responsável pela transferência - diz caridosa, a substituição de seres humanos por não-metonimizado meio ambiente.
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a abacaxixiita volta aos palcos triunfante: modelos tiveram a brilhante permissão de escolha na inovação de liberdades: holofotes invadem o sono dos sabores: como chá de pera, Iron Butterfly dança valsa nos salões do inferno enquanto camareira morango-mor esfrega a passarela ao estilo furfles on the beach. Enyo pede a mão da Mulher-Bomba, esta que segura araponga ao invés da aliança: ao lado da fonte semisseca: 21h: cool:
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__ Caiam fora do meu campo de visão, seus abutres!
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