25/11/2009

estreia

Em 2007 escrevi um texto maluco com o título de "Augusta". Mandei cópia para alguns amigos da rua, mas 95% deles não davam resposta.
A estória gira em torno de um travesti que nunca sabe se está sonhando ou se está acordada: ao mesmo tempo em que é perseguida por fotógrafos, tem de dar entrevistas para um carrasco que - junto com a amante e ex-funcionária da polícia psíquica - talvez seja apenas consciência digna de uma "musa dos marginais".
Aluna de teatro aplicada, porém rebelde, a boneca ensaia dentro de igreja do século retrasado e depois se apresenta no night club Inferno, com direito a leitura de diário, apresentação musical, orgia com pimenta...
Magali, Boca de Rango, Xana Arregaçada, Xana Operada, Cara e Alma de Flores são algumas das outras personagens dessa divertida trama, sempre girando em torno do exagero.
Hoje não sei se teria coragem de publicar tal ousadia, mas que trata-se de algo legal, inovador e surpreendente, isso eu tenho certeza.
O que sobrou de tal aberração estreia nesse fim de semana.
Augusta faz participação no grande elenco de
feminino austero em cidade torpe - greatest hits teatral-poético dos tipos mais comuns da decadência urbana à qual nós, moradores das grandes cidades-cão, temos de nos adaptar, embora muitas vezes tudo não passe de representação num contexto onde não podemos ser o que devemos, com todo nosso potencial, como espíritos de luz, espíritos amigos e amáveis.
Não percam.
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20/11/2009

fechado

Depois de muito estica e puxa, transanonymous parece chegar a seu layout final.
Se eu fizer curso de webdesign decente, talvez as coisas mudem mais ainda de lugar e/ou sua proposta (transliterária experimental) finde em constatação: o que importa é o conteúdo.
Minha inspiração passa por período de justaposições, tentativas, na verdade, de falar sobre balões e serpentes ao mesmo tempo em que abomino tal combinação. Então busco maneiras mais sofisticadas de me expressar. Raros são os momentos em que não me decepciono com leitores desse blog: acham que eu gosto das imagens e/ou situações que crio/relato. Por exemplo: se falo de metaconversas, é porque abomino cacofonia.
Se falo que levo uma vida de solteiro problemático, isso não quer dizer que saio por aê trepando com gente feia, burra e ignorante.
Se falo que sou romântico, é porque realmente sou romântico.
E continuo gostando de briga, qualquer vacilo e a coisa muda de figura. A melhor forma de expressar o que não gostamos é com as próprias mãos.
Então erram comigo uma vez, erram outra, e eu vou dando corda... vão achando que tá bom... até que ela vem:
Oh fúria,
maravilhosa ingratidão
maravilhosa solidão
maravilhosa fúria
purificadora da minha vida.
Vá no sarau, e se cruzar no meu caminho, tome cuidado: sou um cara que perdoa, mas nunca esquece.

09/11/2009

amigo²

chão fugitivo
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embora não conheça
 já sei como paira

Certa
aproximação acomodada
Na distração
das asas
Sobre um declive murcho de nervos 
Ao certo
pra demarcar terreno
Em uma área que muito espera
 

Ficar bem longe
 Da esfera míope
Onde possa ver.

Na ponta dos dedos
O desprendimento
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duma constelaçãode cadeiras
 ......Voadoras.............
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[.. apenas quando a praça levanta...
e a fuga senta..........
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(..... No encosto abandonado a si mesmo............
................ Na tentativa de me conhecer... .............................


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.(este e outros poemas vc encontra aqui)

05/11/2009

amigo

Caetano não quis falar de Elis prá emissora que deve 80 reais à figuração que não falou deste blog num instituto de pesquisa cenográfico. No embalo da recusa, encontro com leitores de omissão, recentemente, é autossabotagem de bar: Lilia Cabral + um cinquentão satirizam jovem sonhadora: ah... tomara que ela continue assim, pra sempre jovem, rsrs... Crise de adultismo é coisa do Diabo, mas psicóloga-pastora diz que gravará vergonhas no ar, antes da marcha para Jesus. Antes do café da manhã, palavra: amanhã tem pesquisa.
Sem adeus e sem olhar pra trás: fofocam sobre grosseria, depois querem pagar almoço prás cenas de não-conclusão, contrastada com patrão de família feliz: ah... entrementes barulho da rua queira macumbar respostas, Catchusquinha Vasconselos despede-se sem dobrar fôlego de interrogações. Kleos diz que é de escorpião: libriano(a)(s) entendem apneia romântica. Já Soraya sai do brechó evangélico com sapato 39 pro pé 43 de Augusta - a musa dos marginais.
Parte da sua falta está em Augusta. Parte das ruas, espírito pra sempre homeless, cínico, engraçado: ou você é ladrão ou filhinho de papai, nunca parte da paisagem, querendo sonho antes da alegria em destino que, aflito, vai tornando-se irreconhecível apartir do segundo encontro: um contexto sempre acaba elevando-se a outro: não ☆ Ση╬∉и∂єற ☆ por que você. faz cara feia no show de hard-core, pois não é normal pedir 2 reais pra acomodar-se na tenda sensorial: ah... que bálsamo... Deixa-se de cuspir na cara de metaconversas para ver Teatro Oficina em festa de garagem pseudoárida: seria underground se não fosse cômico reivindicar paquera$ e partir: ficou vazio seu lugar.
Lugar de amigo: quem te preza pelo que você é e não pelo que os outros querem que você seja: membro de suruba artística, pastor maluco-co-co-co...(contemporâneo) e/ou leitor da Vice: eis algo que tira piauí do pódio neojunkie, politizado em não-beijos: você espera rango em frente ao casarão de Pâmelo das Águas e consciências aliban-burguesas encontram algo a mais embaixo da bandeja. Ultra-fame-sensation não tem segredos: não dá pra voltar atrás. Fúrias são mais fortes na matraca, devassando filho adotado: que vontade de chorar, achar culpa na falta de respeito, acordando, antes de ver mais belos quadros em sono de lar tranquilo e eterno... Você se alimenta bem. Sua família nunca fez mal a ninguém. Família cigana com paraíso adiantando fuga: deixar de olhar essa lua maravilhosa, deitar intuito solitário,,, em nova casa: desta vez vamos morar juntos!
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"E que o rush.
me engula.
cuspindo vírgulas....
e desandando tudo.
freando tudo.
descubra e destrua.
A MATÉRIA DO PENSAMENTO".
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Rick Mendes.