21/04/2009

recitais, rituais, rinites

"entre raiz e pétalas
o tempo e o espaço"

sentado no abandono, coração de rua não come merda e ri: pleno verão das palavras, invadido por folhas secas.
-A primeira vez sempre a última chance- sobrevivendo na pose, perdi totalmente as noções de prostituição emocional: errou comigo uma vez errou pra sempre.
Se for só pelo prazer da recusa, não beberei sangue humano, não terei prazer do ensino fraterno apaixonando cigana semântica.
Em minha casa não toca Nx Zero, misoginia musical só fica bem na voz de Rita Leena y Marlene Diet Rich, já Sex Shop Abramovich não sabe deixar-se arrastar pelo azar ninando pedras com brilho do vento.

Um pipocamento de pueris presunções traumatizou a panela dos meus demônios. Tinha-os recém libertos do SPC, agora vejo pegadinhas francesas na TV do busão e não posso mostrar dedo médio ao verdadeiro estimulante da minha morte social; vejo Virna Teixeira andar com duas pernas na Augusta e não consigo evitar sorriso sem que o fantasma dos olhos fuja de afogada (falta de) análise - atrás de óculos-rosa-de gatinha-anos 50. Não falo coisa com coisa e não caricaturo distrações desde a data em que o alterego não vibrou perante a musa dos lunáticos. Coço cabeça porque não entendo mais a bondade de quem quer me passar pra trás: pro meu próprio bem aceito palavra do casal de lésbicas em frente ao banco de um dos homens mais ricos do Brasil: gostoso bocejo perante câmera escura na esquina com a Paulista: não filmo derrotas sem olhar para recôndito foco, não consigo mais chorar ouvindo Metallica: uma azaração torna a teia de ar mais complexa.
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[flashes]


em 2004, ano em que escrevi "ar Xtranho", estava tão ocupado com exame dos arquivos do Dops que minha velha adolescência mal tinha tempo de namorar e dormir em paz. Pré-estipulava indenizações ao som de Mutantes bem antes de ser apresentado à Dolores Duchamp - antiga neuropsiquiatra com cabelos negros, designada na ainda recente mudança federal de governo para ajudar-me com perfilação de mártires. O que eu não sabia era que características destes coitados assistiam cumprimentos e/ou limpeza de mãos durante asfixias destinadas a encontrar paralelo com a nova leva de militantes da extrema esquerda. Eu me considerava anarquista quando o desenterro do sotaque pseudocarioca apaixonou-se pela colega de trabalho. Hoje eu leio estatutos do PCC, Allan Kardec e Mário de Sá Carneiro - este último indicado antes do sumiço de seu amadeirado olor. Ainda sem acreditar na traição da Veza, da Foia de San Paolo e d'O Grobo - que deveriam articular ideologia da revolução latino-americana. Well, o poema mencionado é o terceiro deste livro_















_ já a distância do amor não come McPorcarias.



[suspiros]


sempre que tenho impressão de que estou me esquecendo de algo é porque alguma azarenta aquiescência está observando meu histórico fantasia sem atentar às novas estratégias de desencanto. Aprendi todos truques de suspense sintático quando, transferido para novo corpo militante (de ótima safra) descobri que genética não é destino: decorar rosto do inimigo naum eh a única coisa a ser ensinada antes da exibição da trilogia de Matrix. Incentivo ao egocentrismo é mais antigo que irmãos da discreta desconfiança - essa que só anda com material escolar para disfarçar o despertar de amor verdadeiro - e tá cada vez mais difícil pra Alice diminuir de tamanho. Pego-me imitando portas, janelas e paranomásias de Marcelo Tápia, como se meus cavalos já estivessem no 7° reflexo de fetiches sociorrurais. Filha de Iansã, Maria Alice tem dois olhos, faz eu sentir-me bem no cinema e busca ingresso de teatro pros junguianos, de modo que eu reconsidere conversas sem fim nem começo.

ϟϟϟeguro mandinga e comemoro ressurreição do coração malandro junto à Soraya, filha do abandono. Sem dinheiro pro dízimo, tomamos café da manhã na Renascer em Cristo e surrupiamos ovos de páscoa numa dessas típicas festinhas católicas com libaneses filantropos, embalada por saquê e ovos de galinha cozidos. Interrogações de espinho não encostaram em suas orelhinhas e focinho de coelha, a la otaku. Não fazemos sinal da cruz, nem tomamos milky shake, nem comemos banana split. Na lan house tirei foto de seu novo visual pra que ela aparecesse com apenas um ouvido e minissaia no perfil de Orkut que não fosse fake mantido com fotos da Maria do Bairro, Mary Mar e Maria Padilha do Cemitério. Na miúda, a última vez que ela curtiu lindo sonho delirante (no Vegas), foi obrigada a ser racista, reacionária e retardada pra parecer "normal" perante sapos que só queriam pintar unhas de Penelope Jolie, esta que infelizmente teve de nos socorrer com a ferrari amarela, destino estúdios do SBT.
Mamãe remix se apresentou pela segunda vez ao tio de peruca, dessa vez como Sarajane (no ar nesse próximo domingo, dia 26).

Nunca pensei que fosse me apaixonar por chinesas, mas agora, pós-concurso de bonecas, degusto yakissoba na bodega do jovem casal oriental, cuja filha não gosta de MTV: "behind blue eyes" do Limp Bizkit dá lugar ao didatismo de Xuxa só para baixinhos Vol 14. Soraya vai pro forró com o taxista. Ainda não concluí 5 entrevistas que deveria ter acabado de fazer: Jurema tem cagado por toda casa/ naum tenho tempo de me identificar com personagem de novela das 8/ Claudio Willer é outro psico do bem e terei de ouvi-lo recitar poemas como ninguém: da última vez foi tudo de uma eufonia sexualmente bem regionalizada e triste:
shorei...

Angelicais marcadores cometerão suicídio..



[aplausos]