30 março, 2009

sarau astronômico


.. 01h35:::: igreja Renas-
cer, trans-
fere
ência
de marca
dor
---ex, limão, Alex, lavar tênis, ler o cortiço, leitura obrigatória da UFBA, refolhos do Botafogo, esbomgaroto, ligar pra agência, celular, usina vocal, não tomar café, e-mail, espaço luz coisas, r$ 5 cursinho, aluguér, padê 21h: quase redundância ociosa, quase falta de visitas, desculpa, estampa nostálgica.

É dura a dúvida da gordura, ela atravessa sonhos, lubrifica vergonhas, chantageia alquimistas. Não há, na realidade, espaço para antropofagia ideal. O sono das sombras felizes digere bife da própria carne (sem pele); ainda, apesar, entre, com licença: incerteza de sublimação. Dispersão de compromissos. Motivos, nada de Nibiru.

Caminhar e calar a boca: Federico Minuano, filho de Oxaguiã, decide-se de Dolores.
Olhos da voz dedilham-lhe espinha (ninguém a conhece): USSSSP, USSSSϟSSSSP, USSSSSSϟϟϟSSSSSSP... Ninguém é de ninguém, ninguém gosta de mim, ninguém diz essas frases sem o lustre infantil da referência que se eleva (há anos-luz).

Anos de chumbo, diria ele a caminho do planetário, resignado. Deixou de ver o pôr-do-sol, interpretando-se oferenda onírica às cegas conversas transeuntes. Transpirou a última gota agrotóxica com cara feia, não ia reagir positivamente em bobo ON: através da negação total das falsas cócegas do invisível que pretendia preparar-se pra reciclagem espiritual (versão final). O medo de ir pro inferno e falta de confiança pra desabafos psico-teo-filósofo-políticos estimularam o estabelecimento de maior interesse astronômico pelo futuro (próximo).

Vácuos gnomos - seguindo a verve naturalista, meio de lado - quebraram ovos sobre o coitado, este que não parou de desfilar na rua cheia de happy-hours. Sabe aquelas pessoas que param o trânsito? Tudo que Federico almeja é sair de cena. Depois disso ele poderá pensar em fazer coisas que qualquer pessoa normal faz como abrir conta no exterior, melhorar autoestima, não depilar pelos pubianos etc.

Poderá ler poemas de amor, de Machado de Assis e nada de Homero: oi, oi, tchau, tchau: ninguém vai salvar a esperança do Brasil, do mundo e dos produtos autóctones - é o que ele pensa dos 10% da esperança à prazo (das sombras da felicidade). Só total entrega ao luto pode salvar consciência prosaica da falta de personalização. Falhas de personalidade classe-média. A teosofia social vem com tudo e não há mais alterego planejado para abordar pós-tudo. Só estudo. Só luto.

Como é natural, não respeitam a última resolução e ele prepara-se para alojar injúrias que tornarão sua carne mais saborosa ao paladar do universo. Frigir de estrelas. Estrelas expressionistas.

Na fila, nem tanta dor assim, um casal na frente e outro atrás, murmúrio aqui e sussurro ali: tortura rotineira. Todos sofrem do mesmo mal que o mártir mais atual. Quer queiram ou não, ingressos são gratuitos, Ibirapuera fortuito, mosquitos, muita conversa autóctone. Autodidata, autoritário na respiração Federico protege mudança de parâmetros das fracas negociações de fermentação dramática. Um dia todo mundo vai saber que ele estava certo: pega o ingresso e vai se esconder nos arbustos.
Evento público é sempre assim y este sarau começa a se tornar under-célebre: promovido pela prefeitura, está na 17° edição, convidando público a observar o céu noturno da cidade por meio de telescópios e técnicas em astronomia. Manifestações artísticas tentam, na manha, encaixar performances com narração de mitos e curiosidades que não mencionam perigosa rearmonia do sol com o centro da Via Láctea.

Presente, tá: voz feminina ao longe, ninando grilos e patos. Um pouco mais perto um segurança, rasgando trajetória do encanto: Federico tem um sentimento parecido com o de certa ocasião, na igreja: ele realmente se sentiu abençoado pelas mãos abertas do padre, pois de conhecer pessoas de coração fechado já estava farto; tomou a hóstia, cantou e tudo mais, contudo, ao fim, quando virou-se pra partir, deu de cara com um guarda na porta do templo.
A gente sempre pensa que deve haver alguém perfeito pra suportar nossos defeitos.

Incluindo moscas q desafiam forte brisa e farejam pelos dos braços/ formigas picam-lhe/ jovens masturbam-se no escuro/ pentelho é uma coisa tão sexy/ geografia do Brasil/ Onde fica o bebedouro?/ controlo crianças/ onde eu moro mesmo?/ vaca de nariz sutil/ espiritismo/ setor de bolsas e acordos/ ô moço, vc pode me dar carona?/ vambora/ brigado...

... Ele volta à fila, submetendo-se à catarse cosmética, 29% encaixada (grande feito!) com uma bêbada chilena. Portanto não sentia-se triste, depois dum show do Iron Maiden qualquer esqueleto acaba vibrando em espuma elétrica [ a dúvida da gordura (ser ou não ser feliz/burro?)].

A fila de bloqueios inspiratórios chora sujeira sincrônica com o intuito de fundamentar 3 bundas feminina$: a falha da ordem retorna, tumultuante, como confortável agente. Como éramos felizes, né?

Federico senta-se na poltrona reclinável: cotovelos adjacentes começam a velhacaria. Ele deixa um incenso cair no chão: a chilean bebaad, na poltrona em freent, recolhe e devolve-lhe a vareta, tentado dar-lhe tapinha amigo: o que Federico evita, violentamente - mais tranquilo o caralho! Desistam de mim. Desistam de me conhecer, por favor... me gusta mucho personas (distraídas) envolta de mim.

Luzes apagam-se. A chilena dá uma gargalhada homérica (exalando absinto para todo recinto). Olhos árabes à esquerda. O anfitrião liga microfone e apresenta a banda de hip hop (formada por Slim, Thiago Beat Box e Filiph Neo): yo you yo you: devemos cantar esse troço depois do nome Slim Rimografia.
Risadas são gerais. Federico olha o céu artificial: a dúvida da gordura não leva à nada. A vida de modelo não era bem o que queria, amava o teatro.
genérique não convenceria pessoas que não analisassem seu histórico comportamental em plano não-cartesiano. Ele queria, na verdade, Dolores, mais nada.

O cheiro do ovo começa a azedar.

A simpatia é bem-sucedida.

O rosto e/ou sombra da cabeça do vocalista do grupo de hip-hop aparece no céu enquanto um sol pouco rugoso gira semifreneticamente. A plateia rejubila-se quando a bêbada começa a criticar efeitos especiais. Saturno e Netuno, cabisbaixos, denominam requintes videoclípicos antes que Federico pense em farejar algum indício hindu:

no ar.

Ele cruza os braços, alisa o saco e permite-se uma simbiose asseada, sem teias de aranha em cima de si, muito menos sobre balões soltos lá fora, perto do obelisco da derrota.

Não tem nada de mais nesse barato. Tudo bem, aprendeu a localizar Antares; Aldebarã e Andrômeda acariciaram-lhe o temperamento. Glorificada, a nebulosa dos punhos pulsou em paz, circulando adições sem fim, mais numerações, serafins: se escondam numa caverna/ gravitem sensações sentido dentro-fora/ pluto lânguido/ yo you yo you/ Darwin de pés gostosos/ aranhas africanas/ eu poderia estar matando, roubando/ limpando mãos na minha frente/ ostras sublimada$/ sua presença me incomoda/ pasteurização de sintonias/ ver o céu de fora da boca/ teia de jeans/ desgrudando/ doce desilusão/ último verso/ primeiro brilho/ nem sei se meus olhos estão fechados ou abertos.



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(momento seriedade?)
o consumo cada vez maior de energia elétrica requer a construção de mais usinas hidrelétricas e mais florestas vão desaparecer para dar lugar a elas. acredite: o simples gesto de desligar as luzes dos ambientes quando estiverem vazios pode ajudar a evitar mais hidrelétricas.ficadica.

29 março, 2009

...pode ouvir o que estoy a decir?

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máscara de ar
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no fundo entendo o branco
apontamento azul
ao lado do beijo

(margens
da máscara
de ar)

subindo escadas
sobre bolsa, lixeira, fundilhos

(olheiras quentes
do outro lado do susto)

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04 março, 2009

coração de rua

Minha amiga Néri é uma espécie de mãe pública e tocou meu coração: perto de suas mãos fica o 3° milênio - a última vez que fui nesse centro espírita deixei de comer banana e conheci uma psicóloga ex-umbandista que produziu, na minha ausência cósmica, análogo feito manual.
Ventos de Júpiter tentaram atravessar (des)confiança cabocla e logo (meus) ouvidos: ssssssssssul ssssssϟsssssul sssssssϟϟϟssssssul.
Federico Minuano e Dulce Virgulina, conferindo catarse, foram ríspidos: pespegaram de vez a ultra-cosmopolita-lírica-anárquica liberdade nos ciciares, resumindo o naturalismo daquilo que deveria ser tratado com amor.


Não trabalho pra polícia.
 
  Errática fuga dos vivos rasgos: pretende-se, no mínimo, acordar a respiração da tragédia, nada mais.


Antigamente, em Bollywood, o caminho das Índias não tinha essas frescuras de sugerir intimidade com quem não conhecia. Era preciso apenas engolir maná de boas-vindas e nenhuma sincronia, jamais, por tudo o que é mais sossegado, nesse mundo, iria digerir um beijo morto; legal, nada, ninguém, nesse mundo, desassossegado.
Eu já falei que não sou surdo.

Barulhos de chaves não vão (des)baratinar o relato desse choro, murmúrio de injustiça. Ouvir vozes é uma coisa, ser obrigado a testemunhar finas agressões é outro papo, mano.


Trazida à dura realidade, a respiração tem deslize igual à tenra mira do olhar. Aura muito boa: emanando da Néri, não sei explicar muito bem.
Tal constatação lhe diz que é surpreendida por estranhos barulhos na porta do cemitério da Consolação, tanto que nos sentamos em frente ao shopping para ver pessoas desfilarem enquanto falamos a respeito de sua cidade natal - ele(a) disse que o lugar fora invadido por gremilins, lembra? Lamentei profundamente a derrocada de seus sentimentos y chicoxavierizei a própria condição de indigência. Inveja e superestimação nunca atingiram a verdade das minhas mãos.

Não sou melhor do que ninguém por ter sido criado com ternura.

Prostitutas da luz do dia aquendam metafísicos 69's e não consigo suspirar aliviado (nunca mais). Percebo que animalização educativa não escolhe classe, cor, ou altura. Convivência com assaltantes de horizonte é tanta que involuntariamente a meço da cabeça aos pés. Recobrando-me, mantenho o foco de tal indelicadeza no chão, para não desrespeitar a linha de ar que nos unira, nos anos 1930.


Sentamos e conversamos, conversamos a respeito da empreitada que resgatou-lhe referências do nosso assunto: acho que ele bateu primeiro com mamãe cruel (Maria Alice), mama áfrica (no trampo, em Cidreira), mamãe remix com Penélope Jolie, e por aí vai até chegar na mama japa, inteligentíssima. Néri respeita alterego, zíngaro zéfiro zen. Nunca estragando a tenra mira do que restou nos ecos da audição (olhos da voz - terrivelmente parciais e adivinhos - já foram mencionados?). Arrastando reflexos, ela pergunta-me quem é Jurema quando o putanheiro engravatado, em forma de prosa, faz-me esquecer onde está minha mãe faxineira municipal (distraindo aliban).


Não senhor, não senhor, não senhor: é por sua causa que fico cada vez mais sorumbático, é por sua causa, esperto ao contrário, que tropeço na rua, É POR SUA CAUSA que estou regredindo.
Jurema sabe que o que verdadeiramente, realmente, positivamente diferencia pessoas não é só aspecto exterior. Durante 3 anos graduei-me em (des)insídias interiores, grudei cotovelos ao peito, aprendi a jogar bola e fiquei feliz ao saber que vozes graves irritam menos que a falta de partido dos novos lúmpem-proletariados. Barulhos de sirene chegam até o osso do 3° milênio, transanonimato - entre a era de Peixes e a de Aquarius existem mais coisas do que a imaginação é capaz de criar.
Como nasci em uma intersecção zodiacal, minha ascendência ariana é a única confirmação, profecia, confraternização, harmonia, amor e paz de interiores transgênicos.
É só eu entrar num lugar pra alegria acompanhar a chegada: ponho a mão no peito, coço o saco com a destra, enfileiro vírgulas e depois naum entendem por que e-mulsifico anos de leitura (obrigatória).


Néri consegue conversar com várias pessoas ao mesmo tempo. Já eu, eu carregarei pra sempre o destino de pessoas que nem conheço direito. Literatura especializada não pode dissecar emoções alheias de modo doutrinário. Foi em 2004 que luzes vermelhas hipnotizaram meus olhos, digo, ainda que a nicotina in my lungs suma mais do que cigarros consumidos desde os anos 1930, o SUS continuará passando por grave crise nos hospitais de câncer; definitivamente quero largar o vício da falta de solidão, também.
Já descontos do INSS são de 16%. Não tem nada a ver com a história a saliva em minha boca e o futuro casal que conversa do meu lado direito, cof coff, que gente uÓTIMA:


__ Eu nasci aqui, você não.
__ Certo. Eu morri aqui.
__ Ah... tah...


18h39: snif, chão vermelho, mó zica: vermelho luz como aproximação do olhar.


__ Essa gente toda tá aí, comemorando...
__ E quando é o louco quem analisa o psiquiatra?
__ Ah... Edson... Tu não quis apresentar teu cu à burguesia.
__ Não estou incluído em nenhum nicho castelhano. Não mostrarei dentes à cacofonia, cujo despertar colide em moscas.
__ Ai... que sono...
__ GoOoOoOooooooooooooooollllll éééééé.... é do BRASIL!!!!!
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Galvão Bueno vira o rosto e olhamos pro céu. Merecidamente, maravilhosamente, misticamente desembarcamos na estação liberdade.


__ Você anda muito fotossintética, mina.
__ Quero fazer artes cênicas.

Você condensa a tremedeira teosófica, limpa a bunda, se apresenta e esquece o lado burro da pedagogia. Não precisa fugir de casa, hihihihihi...
Vida e guerra são impossíveis como a salvação do colapso de parâmetros.

Eu não nasci ontem, coração questionador.

Não será inserindo tapete de cegas referências debaixo dos pés alados, cof, que vosmecê irá me conhecer. Como terei esperança no peito se a esplendorosa completude preenche aflição dos meus estudos?.
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__ Ã?.
__ Olha o fio, olha o fio da respiração!
__ Onde?.





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só.uma.boa.imaginação.pra.me.tirar.da.rua